quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Convocação de atletas

Pode até ser difícil de acreditar, mas certa vez na vida já fui viciada em exercícios físicos. Eu era a camisa dez do time de futebol da escola de ensino fundamental onde todo time era composto por meninos e apenas eu e uma melhor amiga de meninas. Quando mudei de escola, mudei também de gostos. Como já não tinha mais meu time, resolvi me inscrever numa aula de atletismo na vila olímpica próximo a minha casa. Todas as tardes eu estava lá: correndo numa imensa pista vermelha com o vento contra minha face. Lembro de atingir velocidade tão surpreendente que o professor da minha escola de ensino médio me elogiou em um jogo de futebol onde eu era atacante. 


Por causa dos meus treinos de atletismo fui convocada, certa vez, para competir em uma corrida numa olimpíada de desbravadores. Era corrida com obstáculos e a distância não era muito grande. Certamente eu poderia vir a ganhar. Só não contávamos com um detalhe: a pista estava completamente molhada. 

Após chover torrencialmente por toda a madrugada e manhã a pista estava totalmente molhada e escorregadia de modo que quando a buzina foi soada e eu saí da posição de preparo acabei escorregando. O tênis também não ajudava muito e lembro de me sentir muito frustrada ao ver as meninas das outras raias avançando em direção a chegada. Por sorte naquele dia consegui me recuperar e peguei o segundo lugar da corrida. Mas nunca esqueci que por causa de um escorregão e perdi a oportunidade de ser a primeira colocada. 

Essa lembrança me fez pensar o texto de 1 Coríntios 9:24:

"Não sabeis vós que os que correm no estádio, 
todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? 
Correi de tal maneira que o alcanceis."

Acredita-se que a maioria dos esportes que conhecemos hoje já eram praticados na antiga Grécia, dentre eles estão as corridas. Estudos apontam que a maioria das grandes cidades gregas contavam com pistas de corrida e provavelmente Paulo utilizou esse exemplo porque era um exemplo próximo daquelas pessoas de Corinto. Ele lembra seus receptores de que a corrida não é fácil e que apenas aqueles que são os melhores levam o prêmio. Os jogos atléticos não são fáceis e necessitam de muito treino. Aqueles que ficam em primeiro lugar são os que tem mais disciplina, obedecem mais as regras e vão a todos os treinos. Os grandes campeões são os que prestam atenção a tudo e não deslizam no grande dia de competir. 

Nossa vida diária como cristãos também é assim. Fomos convocados para sermos atletas que correm para um mesmo alvo: o céu. Impressionante que esse prêmio não será apenas para uma pessoa. Muitas poderão recebê-lo. Porém o esforço deve ser individual. Através desse versículo, acompanhado dos outros que compõem o capítulo, percebemos que o apóstolo Paulo nos lembra que a vida cristã exige um esforço sério e sincero. Mesmo que o prêmio final dessa corrida não possa ser comparado com nada do que possamos ganhar na vida, existem perigos e ameaças que devem ser contornados em todos os momentos.

Entrar na corrida, porém,  não significa, necessariamente, ser vitorioso. Às vezes alguns percalços vão querer nos tirar do nosso firme propósito. Lembram-se do atleta Vanderlei Cordeiro que perdeu o primeiro lugar porque alguém o tirou da pista já no final da corrida? Precisamos evitar os escorregões no início da pista e os torcedores alucinados no final! Apesar de poder acontecer isso, ainda temos a possibilidade de bater a poeira e tentar mais uma vez até que enfim alcancemos a vitória.

Deus nunca desiste de nós! Ele não desiste de ser nosso treinador e amigo! Ele quer que a cada dia nos preparemos, assim como um atleta se prepara para a corrida, para que enfim possamos alcançar um prêmio incorruptível. As oportunidades estão abertas a nós e mesmo em face de um escorregão ele pede que nos levantemos e tentemos novamente. 

Que nosso Pai nos ajude para que enfim possamos correr de tal maneira que alcancemos o prêmio. 

Que a Graça e a Paz de Deus esteja conosco!

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